segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A XOTA GALEGA É IGUAL A BRASILEIRA

Alguns até poderiam dizer que as xotas são iguais em qualquer lugar do mundo, mas essa afirmação não seria verdadeira. Se bem que, uma boa xota é sempre muito bem apreciada seja em que parte do mundo for. Porém, o mundo é muito grande e as xotas acabam por se diferenciar seja pelo uso da língua ou outras introduções. Mas uma coisa é certa: “a  xota galega é muito parecida com a brasileira”.

Ficar só falando da igualdade das xotas não vai levar a lugar algum. O negócio é mostrar as variedades de xotas e deixar o leitor apreciá-las.





A xota é uma dança e gênero musical defendida por boa parte penisular. O nome vem do espanhol “jota” (mas, a pronúncia é a mesma: xota), derivado do latim que significa saltar, dançar ou manifestação espontânea de alegria.

Em Astúrias, também na Espanha – junto a Galícia, vê-se que a tradição é semelhante e para quem está no Brasil pode até confundir com a dança típica portuguesa.





Em Portugal a dança é muito semelhante a xota galega. A variante costuma-se marcar através de golpes com os pés as mudanças a passeio ou mudanças de ponto.



O norte de Portugal, que historicamente fazia parte da Galícia, mantém até os dias de hoje as tradições folclóricas e é responsável por grande parte da cultura brasileira e que fixou, também, a sua lingüística, o galaico-português.
No Brasil pode-se ver claramente a introdução das danças portuguesas originárias da xota galega, muito conhecido como “xote nordestino”.



É certo que esta dança nordestina foi trazida pelos portugueses, sofreu forte influência indígena, mas a origem galega é tão grande que o nome quase se manteve... de xota passou para xote. Também, com este mesmo nome, chamam-se algumas danças típicas do sul brasileiro, o xote gaúcho.

Uma breve observação:
Na estatística de acesso deste blog foi verificado que 30% são oriundos dos EUA, Portugal, França e Alemanha, então que fique registrado para estes leitores que “xota” no Brasil é um dos apelidos dados a genitália feminina. O título e a introdução humorada foram para chamar a atenção, mas o conteúdo faz parte de uma pesquisa de quase dois anos que constará das próximas postagens deste blog. É sobre o assunto polêmico “Portugalicia”, ou seja: a separação da Galicia e Astúrias do reino espanhol, livrando-se do comando de Madri e incorporando-se a Portugal, de onde nunca desejaram se separar.

E fica aqui um trecho da música-hino Galicia e Portugal cantada por crianças e adolescentes, os futuros responsáveis por esta união.
Percebam que o idioma é o galego e que está mais para o português do que para o castelhano (espanhol).



"Ouvi ao longe milheiros de vozes
Sentí mais perto Galicia e Portugal
Passei a ponte e trouxe uma flor
Do outro lado do rio está o meu amor"


Um abraço a todos.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

OS QUINTOS DOS INFERNOS

Muitas são as vezes em que nos dá a vontade de mandar alguém para o quinto dos infernos. Mas afinal, onde fica o quinto dos infernos?

A princípio acredita-se ser próximo de onde o Judas perdeu as botas. Tendo como base a história, Judas Iscariotes atormentado pelo remorso enforcou-se sem as botas onde provavelmente estariam escondidos os 30 dinheiros que havia recebido pela traição. Diante desta cena os soldados se empenharam na busca dessas botas. Daí prá frente a história é omissa e nunca saberemos se acharam ou não as botas de Judas, mas a expressão atravessou os 20 séculos. Então, a hipótese de que o quinto dos infernos fique próximo de onde "Judas perdeu as botas", fica descartada.


Se olharmos pelo lado religioso, sabe-se que várias religiões admitem graduações infernais e o quinto seria uma delas. Mas, nestas religiões o 5º não tem nada de especial. No Islã, por exemplo, o 7º inferno é o pior de todos e é reservado aos hipócritas. No bramanismo são 16, mas não segue ordem de rigor ou punição. Nem no budismo que são 18 infernos, o 5º tem destaque. Já no livro “A Divina Comédia”, de Dante Alighieri, afirma que só há um inferno e com o detalhe que no portal da entrada tem os dizeres: “Deixai aqui todas as esperanças, vós que entrais”. Como Dante soube deste detalhe interessante, ninguém sabe dizer.

Se formos analisar pelo lado da linguística, as duas fontes básicas da nossa cultura (a herança greco-romana e judaico-cristã), o termo estaria presente em todas as línguas européias. Mas isto só ocorre no idioma português. Então, isto deve estar na história do Brasil, que era o quinto reino de Portugal.
No século XVIII, no Brasil Colônia, era cobrada taxa, pelo colonizador, de 20% (1/5 - um quinto) sob a extração do ouro. Coisa que Tiradentes considerava um absurdo. Do outro lado, em, Portugal, a visão que se tinha do Brasil era que ao chegar nestas terras havia a possibilidade de serem atacados por índios ou serem comidos por cobras e jacarés, ou seja: uma coisa arrepiante, um verdadeiro inferno de horrores. E por isso o Rei se dirigia aos cobradores com o termo: “Vá buscar o quinto dos infernos”. E quando os navios chegavam à Portugal com os impostos, gritavam: “Lá vem o quinto dos infernos”.

Será que Tiradentes estava tão certo assim quanto aos 20% pagos como impostos? A história mostra que o seu sonho se realizou: veio a independência, em seguida a proclamação da República... a extinção do “quinto dos infernos”. Pois é, hoje paga-se em torno de 38% de impostos, quase o dobro daquela época, um verdadeiro inferno.



Esta é a hora de mudarmos tudo isso... Quando alguém quiser ofender algum político que diga:

“Vá para os dois quintos dos infernos..!”

Será que é lá onde estão as botas de Judas com os 30 dinheiros?

Obrigado a todos e um abraço.