Falar sobre a “Questão Olivença” para brasileiros é um pouco complicado e possivelmente passará em branco por alguns, já que o Brasil não tem envolvimento neste impasse internacional, mas servirá como alerta para a questão da “Internacionalização da Amazônia”, que será o tema principal para o mês o outubro.
OLIVENÇA É PORTUGAL
Olivença é considerada pelo Governo português como um território de Portugal, fazendo parte do Alentejo. Os mapas produzidos pelo mundo afora também o fazem constar como português, já que assim o consideram. Entretanto, na prática é administrado pelo Reino da Espanha, sob o comando da capital Madri fazendo parte da Comunidade Autônoma da Extremadura e sem documento algum que comprove ser um território espanhol.
A região total da área é de 430 Km quadrados, conta ainda com as vilas e aldeias de S. Francisco, S. Rafael, Vila Real, S. Domingos de Gusmão, S. Bento da Contenda, S. Jorge de Lor e N.Sra. da Assunção de Talega (Táliga). É servida de uma excelente agricultura, turismo, comércios e indústrias.
Para que se possa ter uma visão desta apoderação absurda e completamente sem sentido deve-se voltar um pouco na história:
Olivença sempre fez parte de Portugal conforme o estabelecido no tratado de 1297 e assim permaneceu por vários séculos.
Em 1801, sem motivo relevante a Espanha invade e se apodera do território. Este foi denunciado em 1808, quando a capital do Reino Português era o Rio de Janeiro, na ocasião de D. João VI no Brasil. Passados sete anos, em 1815, a Espanha reconhece a soberania portuguesa e subscreve no Congresso de Viena comprometendo-se à devolução do território o mais breve e prontamente possível. Mas até os dias de hoje a Espanha ainda não cumpriu com o que se comprometeu, ignora o significado das palavras breve e prontamente, e não acata os tratados que assina.
A partir do Brasil, se passado seis anos, em 1821, Portugal ocupa a Península Cisplatina, onde é hoje a República do Uruguai, e por este motivo a Espanha serviu este fato como justificativa para interromper as conversações sobre a devolução. Novamente sem sentido, já que o Uruguai conseguiu sua independência em 1825 e o Brasil em 1822, ou seja: as terras do atual Uruguai não eram mais portuguesas e sim Brasileiras, um outro país, um outro governo. Aliás, a Espanha já estava no processo de perder todas as terras nas Américas, já que não era cumpridora de suas promessas e dizimara civilizações inteiras (Astecas, Incas e Maias), enquanto que Portugal Colonizador povoava, instalava reino, abria as portas às nações amigas e promoveu a independência.
Para piorar o seu estado de usurpador, em 1840 passou a proibir o uso da língua portuguesa no território afanado de Olivença, inclusive nas igrejas com multas, detenções, perseguições, muito sangue e discriminações aos que tentavam escapar à estratégia de destruição cultural e ainda marginalizando os que fossem renitentes a língua e cultura do ocupante.
A partir da década de 1980 a democratização e integração no espaço econômico da União Européia geraram a extinção das fronteiras. O número de espanhóis já era significativo se comparado aos descendentes portugueses e não teriam interesses econômicos para preferir a soberania portuguesa. Para tal o “Ayntamiento de Olivenza” começa uma política de aproximação e recuperado o legado patrimonial português, mas ainda sendo contornado pela Espanha o não reconhecimento geográfico. Ou seja: a Espanha sabe que o território não lhe pertence, mas continua postergando a devolução, e do outro lado o governo português finge que acredita no “comprometimento” e no “mais breve e prontamente possível”. Tanto é que Portugal assume integralmente o financiamento e construção de uma nova ponte e mais a recuperação da antiga ponte da Ajuda, no ano 2000, afirmando que Olivença é Portugal e que as pontes não tem dimensão internacional e trans-fronteiriças, como assim desejava a Espanha. Mas por estranho que possa parecer, não aparece nenhum representante do governo português na inauguração das pontes, ou seja: foi uma bela fachada para angariar votos do povo português.
Em julho de 2010, outro gasto com o dinheiro público português: No centro histórico de Olivença, foram inauguradas placas construídas em belíssimos azulejos dizendo recuperar os nomes portugueses originais de ruas. O que é um absurdo já que os nomes destas ruas e praças ainda eram os mesmos usados até então. Ainda, foi financiado o Museu Etnográfico, a Biblioteca Municipal e ministrados cursos de português subsidiado pelo Instituto Camões na Universidade Popular. Enquanto isso, a Espanha mama estes benefícios e determina que o ensino do português nesta região seja opcional. E quase como uma afronta, as bandeiras e faixas se espalham por todas as janelas de edifícios públicos, que outrora fora construídos pelos portugueses, firmando como seu território e aparentemente sem intenções de devolvê-lo.
Pelas notícias que chegam ao Brasil, Portugal não está nadando em dinheiro e sim se afundando em dívidas. E pelo que se vê, vai continuar gastando mais sem obter o ponto final para a famosa “Questão de Olivença”.
A Espanha aproveita a situação e posterga ao máximo apresentando argumentos simplistas e aparentemente como um deboche aos políticos portugueses. Tem-se como exemplos: Olivença fica na margem esquerda do rio Guadiana. Um argumento hipócrita, pois Mérida fica do lado direito do mesmo rio e nem por isso Portugal o invadiu, ou o reclama; Olivença não tinha importância para Portugal. Uma desculpa ridícula, pois era a décima terceira cidade mais importante, basta ver o patrimônio português que lá está e era tão grande e povoada quanto Badajoz, que fica próximo. Além disso, quem determina o grau de importância é o dono do lugar e não o seu vizinho; A 700 anos atrás Olivença era da Espanha. Assina um tratado em 1297 e 500 anos depois a rainha da Espanha, mãe da rainha de Portugal se acha no direito de mandar na casa da filha. Isso não é uma mãe, é o capeta sentado num trono; Portugal não reclama com força suficiente. Quer dizer, então, que para a Espanha o direito só é válido se for imposto ao invés de esperar que se cumpram as obrigações de dever; Portugal não deveria reclamar Olivença porque agora com a União Européia não há mais fronteiras. Essa nem crianças de 10 anos aceitariam porque sabem que se trata de uma “comunidade econômica” e não “comunidade territorial”, pois cada nação vive dentro dos seus limites e administrativamente os espanhóis pagam impostos à Madri e portugueses à Lisboa.
Outro fato que os políticos portugueses fingem não perceber na estratégia espanhola (ou armadilha) é na possibilidade de um plebiscito, um referendo popular na região. Ora, se é sabido que com o passar dos tempos com longos adiamentos na devolução e a maciça opressão espanhola, os descendentes na maioria já não se consideram mais portugueses. Afinal, aprenderam nas escolas, desde criançinhas, que a sua bandeira é vermelha e amarela.
Caso Parecido aconteceu recentemente em Gibraltar, onde a Espanha reclamava a ocupação pela Grã-Bretanha, aceitou um referendo, perdeu por 99% e ficou a ver navios... (Aliás, é uma boa piada já que em Gibraltar passa 1 navio a cada 6 minutos e os espanhóis estão “a ver navios...” ). Continuam reclamando, mas não querem brigas com a Grã-Bretanha. Traduzindo para o brasileiro clássico: “Quem tem cu apertadinho não faz trato com pica grossa”
Está na hora dos políticos portugueses saírem do marasmo profundo, colocar o pau na mesa, ao invés da bunda na reta, e deixar bem claro para promoverem plebiscitos somente nas terras deles. Quanto aos políticos locais que se opuserem, saiam de Olivença e vão para a Espanha já que se consideram espanhóis.
Os políticos, que representam o povo e a nação portuguesa, não devem mais aceitar argumentações primitivas. Devem sim discutir o assunto com racionalidade, exigir a desocupação imediata e jamais pronunciar “Olivenza”(em castelhano), como um cordeirinho bajulador que sabe falar castelhano.
O vídeo abaixo, com belíssimas fotos de Olivença, consta uma música que retrata a verdadeira situação da covarde ocupação oliventina e a insana postergação espanhola.
Um dia os templários, portugueses como nós, fundaram Olivença, terra de nossos avós.
D. Dinis lhe deu foral, D. João lhe deu a torre, aqui sempre foi Portugal, e a sua história não morre.
Tem fé, ó Olivença! Ó irmã secular! Não podes cair numa descrença, verás que um dia tu vais voltar
Ó praça forte e sempre atenta, és sentinela do Guadiana!
D. Dinis lhe deu foral, D. João lhe deu a torre, aqui sempre foi Portugal, e a sua história não morre.
Tem fé, ó Olivença! Ó irmã secular! Não podes cair numa descrença, verás que um dia tu vais voltar
Ó praça forte e sempre atenta, és sentinela do Guadiana!
Irá ter fim um dia a tormenta, tu és lusa, não és castelhana.
Os bravos portugueses enfrentaram os espanhóis, aliados aos franceses mais os Rochas e Godóys.
Mas ganhou a opressão que esta terra usurpou
E com ferros, sangue e bastão a nossa língua interditou.
Tem fé, ó Olivença! Ó irmã secular! Não podes cair numa descrença, verás que um dia tu vais voltar
Ó praça forte e sempre atenta, és sentinela do Guadiana!
Os bravos portugueses enfrentaram os espanhóis, aliados aos franceses mais os Rochas e Godóys.
Mas ganhou a opressão que esta terra usurpou
E com ferros, sangue e bastão a nossa língua interditou.
Tem fé, ó Olivença! Ó irmã secular! Não podes cair numa descrença, verás que um dia tu vais voltar
Ó praça forte e sempre atenta, és sentinela do Guadiana!
Irá ter fim um dia a tormenta, tu és lusa, não és castelhana.
Olivença tem que ser Portugal já,
antes que o Rei de Espanha transforme
Portugal numa “Grande Olivença”.
É a história quem narra o passado,
mas também é a história quem prevê o futuro.
Que Deus ajude os portugueses a escolherem melhor os seus políticos,
antes que os políticos espanhóis escolham o seu povo.
antes que os políticos espanhóis escolham o seu povo.
Obrigado a todos e um grande abraço.
PS: Os comentários poderão ser postados aqui ou enviados
para o e-mail luis.goncalves02@bol.com.br
PS: Os comentários poderão ser postados aqui ou enviados
para o e-mail luis.goncalves02@bol.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário