domingo, 1 de julho de 2018


A COLONIZAÇÃO HOLANDESA NO BRASIL 

NÃO FOI COMO DIZEM


Muitas são as vezes em que ouve-se dizer, no Brasil, fatos que não existem na sua história ou mesmo os distorce e acabam em bordões que não fazem sentido algum: “A culpa é do Cabral”, “Os portugueses roubaram o ouro do povo brasileiro”, “O atraso atual deve-se ao tipo de colonização adotada por Portugal”, “Os jesuítas vieram para escravizar os índios”... E o mais estranho de todos: “Se o Brasil fosse colonizado pelos holandeses, hoje seria igual aos Estados Unidos ou Europa”.


A bem da verdade, os brasileiros são na maioria alienados pelo sistema educacional anticatólico e antiportuguês. Essa afirmação sobre os holandeses mostra um total desconhecimento da sua história ou interpretação errada, e vezes, com interesses escusos para evitar as verdades. 
Os holandeses eram praticamente piratas, e fizeram o nordeste brasileiro virar um inferno durante os 30 anos que estiveram no Brasil. O povo se revoltou tanto contra as atrocidades deles que pegaram em armas e expulsaram esses piratas invasores na famosa batalha de Guararapes.


Os brasileiros geralmente afirmam que a colonização holandesa, mesmo comparando com as outras colônias europeias da região, foi melhor do que a portuguesa. Terá isto sido realmente verdadeiro? Ou será que não passa de uma fantasia que alimenta o desconhecimento.

É bem curioso quando falam da colonização holandesa, ocorrido entre 1630 e 1654 e exaltam a figura de Maurício de Nassau, que governou e nomeou estas regiões de “Nova Holanda”. Mais ainda, ostentam em frente ao Palácio do Governo de Pernambuco a sua estátua (foto) numa praça estranhamente batizada de “República”.

Maurício de Nassau
Praça da República – Recife - PE

Antes da fantasia romântica, é necessária uma análise da forma como ocorreu esta colonização. Há de se colocar como primordial a guerra luso-holandesa. Ou seja: a Holanda estava a aproveitar de forma suja e oportunista a fraqueza de Portugal sob possessão da Espanha (1580 a 1640) ao atacar todos os pontos do seu império marítimo. Certamente isto influenciou de alguma maneira a colonização holandesa, afinal a sua estratégia era formar uma base militar bem no meio na zona de conflito. Mas para isso seria necessário a construção de estradas, pontes e fortificações para movimentação e manutenção de suas tropas. Sim, a Holanda investiu de fato na região e por que não dizer que até houve algum desenvolvimento por menor que seja. Mas, tem que se levar em consideração que este desenvolvimento no território brasileiro tinha, acima de tudo, fomentar e satisfazer os esforços de guerra do governo holandês.

                                                               Invasão holandesa em Pernambuco


As más línguas desprovidas de conhecimento argumentam que a colonização holandesa foi melhor que a portuguesa devido a uma tolerância com os nativos. Mas esta afirmação desaba quando esquece que os Jesuítas estavam bem a frente desenvolvendo iniciativas de proteção dos índios. Vê-se nitidamente na história que foram os Jesuítas, durante muitos anos, a barreira que impedia a destruição dos povoamentos indígenas.  


É importante ressaltar que os fatos mostram que o governo holandês não estava interessado no desenvolvimento de uma possível colônia holandesa no Brasil. O ápice do seu plano invasor era transformar a “Nova Holanda” numa base militar. Esse interesse holandês era tão estapafúrdio que o próprio governador desta colônia, Maurício de Nassau, não concordou e foi contra esses intentos. Decidiu, por conta própria desenvolver economicamente a “Nova Holanda” dotando-a de infraestruturas materiais compatíveis com o local.
Essa ousadia lhe custou o cargo de governador. Foi demitido, pelo governo holandês, por incompetência. Sim, os registros mostram a palavra “incompetência”, afinal, as ordens eram para fortificação militar a qualquer preço e não o desenvolvimento econômico. 

Maurício de Nassau

Uma questão pertinente que não pode ficar esquecida é o método de colonização normalmente adotado pelos holandeses: “exploração intensiva e abusiva”. Os lucros eram 100% revertidos para a metrópole Holanda onde fez fortuna obscena em terras que não eram suas. A colônia nada recebia em troca.
Alguns menos informados afirmam que Portugal “roubou” o ouro do Brasil – mesmo este ser terras portuguesas. São esses desprovidos de conhecimento histórico que ocultam a grande riqueza das capitanias do centro-sul do Brasil. Foi esse ouro o responsável pelo desenvolvimento do Brasil na época. Somente uma parte desse ouro chegou efetivamente a Portugal, um quinto. É fácil atestar para onde foram os outros 80%. Foi a infraestrutura e a construção de inúmeros edifícios que fizeram a constituição do Brasil um território articulado, coerente e desenvolvido.
Ao contrário, a Holanda retirava os altíssimos lucros dos principais recursos e canalizava-os exclusivamente para si e aplicava-os em nada referente as suas colônias.

Mesmo levando um pontapé no traseiro, na batalha dos Guararapes, os holandeses não insistiram no território brasileiro porque encontrou terras mais lucrativas nas Antilhas, algo que prejudicou e atrasou o ciclo de açúcar brasileiro.

                                                                    Batalha dos Guararapes

Oras, se fosse verdade que a Holanda realmente tinha interesses em agradar o Brasil, como alguns defendem, por que razão abandonou após encontrar terras economicamente mais promissoras?

A resposta é óbvia e conclusiva: “A Holanda não tinha uma ligação cultural e civilizacional profunda com o território brasileiro, apenas uma conveniente e estreita ligação económica”.


Urge se inteirar e interpretar melhor a história antes mesmo de divulgar ou disseminar falácias.

Luiz Gonçalves


segunda-feira, 4 de junho de 2018

A ESPANHA NÃO É UMA VERSÃO ROMÂNTICA


Ainda há aqueles que acreditam que o regime monárquico espanhol não passa de uma versão romântica. São esses vulgos cientistas políticos de porta de bar que insistem na afirmação que o atual Rei da Espanha vem da história ou dos direitos dinásticos.



Oras... Se colocarem o cérebro para funcionar irão perceber que a legitimidade formal do Rei da Espanha advém da sua Constituição, do plebiscito de 1978, que deixa explícito por uma maioria de 92%, os espanhóis preferirem uma monarquia estável a uma república de poderes transitórios.
O texto constitucional espanhol é bem claro, e por que não dizer “democrático”? De antemão não há sequer uma reserva formal quanto a “forma de governo”. O que, tecnicamente, o Parlamento espanhol pode, sim, proclamar a república se houver uma maioria constitucional para isto. O que fica óbvio não necessário um golpe de Estado. Também está na Constituição espanhola, estabelecido no artigo 57, que a sucessão da coroa é através da família de Juan Carlos e não faz referência às leis dinásticas da Casa de Borbón. Portanto, a Constituição revogou os direitos dinásticos estabelecidos antes de 1978. Aliás, na ausência de sucessão direta do rei Juan Carlos, a Constituição diz que o novo monarca seria escolhido pelo Parlamento e não pela Casa de Borbón. E, para concluir, o artigo 61 deixa muito claro que o rei é proclamado perante o Parlamento, sendo, pois, investido no seu poder moderador pelas Cortes Gerais. Isto quer dizer que, se as Cortes Gerais não agendarem a proclamação do novo monarca, não há novo monarca. E no artigo 74 regula o funcionamento das Cortes Gerais, ou seja: as sessões conjuntas do Congresso e do Senado, mas em nenhum momento obriga à proclamação do novo monarca. Também não cita que os partidos republicanos estejam proibidos. Eles existem e tem representação parlamentar. Se a legitimidade formal do rei tem origem na Constituição democraticamente referendada, então a legitimidade política do rei depende da opinião pública. E, nessa perspectiva, não há grande diferença entre o Rei espanhol e o Presidente da República Portuguesa. Então, onde é que está a tal versão romântica?
Há, sim, para os republicanos portugueses a tal versão romântica quando se curvam aos Chefes de Estados monárquicos como cordeirinhos. Isto porque se sentem inferiores por saberem que a sua república não foi o resultado de uma aclamação popular. A “República Portuguesa” assume “Portugal” através de um golpe de Estado com sangue e sem legitimidade. Cozinha em banho-maria até 1974 onde sacramenta, nos festejos de 25 de abril, o artigo 288 da Constituição, que a “forma republicana de governo deve ser respeitada”. Como assim? O povo não pode escolher a sua forma de governo? Sim, num simples artigo da Constituição fica reinstalada a “fake democracy”.
Os republicanos portugueses se armam de falsos argumentos para impedir que o seu povo passe a pensar. E, pior: criticam o regime de governo do vizinho chamando-o de versão romântica. Seria uma versão romântica dar estabilidade a Nação, criar fatores que aumentem a economia, diminuir o desemprego e proporcionar melhor qualidade de vida aos espanhóis? É óbvio que isto não se chama “versão romântica”.
Esses republicanos fumadores de erva estragada, que se julgam cientistas políticos, ainda não perceberam que os monárquicos portugueses não querem a simples mudança da “forma de governo” da República Portuguesa. O que querem é ter Portugal de volta. E, não venham questionar de como seria a Constituição, porque a atual não foi referendada. Aliás, nem sequer esta república é legítima, porque também não foi referendada, não teve a aclamação popular. Temem em substituir, na maldita constituição, o termo “forma republicana” por “forma democrática”, no seu artigo 288. Temem que os portugueses façam cumprir-se Portugal. 
Versão romântica... só faltava essa.
Luiz Gonçalves
(Em apoio a matéria de 13/02/2018 – DN-Portugal)

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

FEIJOADA

Algumas pessoas ficaram espantadas quando citei num outro post que foi um português quem inventou os blocos e os desfiles de carnaval e que deu origem as “escolas de samba” (ver: Zé Pereira é do Carnaval). É o caso da feijoada que é típico da culinária brasileira e muito apreciado por quem vem ao Brasil. Também já existem espalhados pelo mundo, vários restaurantes servindo esta iguaria, principalmente nos cardápios em Portugal com o nome de “feijoada brasileira” ou “feijoada à brasileira”. Entretanto, mesmo sendo típico do Brasil, historicamente não tem origem brasileira e muito menos originário dos escravos na época do Brasil Império, sendo esta versão uma lenda contemporânea.  

A ORIGEM DA FEIJOADA

Antes mesmo de entrar no assunto sobre a origem da feijoada tem a considerar que o feijão existe a milhares de anos e há 1016 variedades sendo que no Brasil para a tradicional feijoada é utilizado o feijão preto. Também não se pode deixar de comentar que a feijoada não é exclusividade brasileira, pois é prato típico em vários países do mundo podendo-se citar alguns:
 
·        Feijoada Cachupa (Cabo Verde) – Feijão, milho, carne ou peixe e vegetais
·        Feijoada Trasmontana (Portugal) – Feijão vermelho e carne de porco
·        Feijoada Poveira (Portugal) – Feijão branco e carne
·        Feijoada Ibo – (Moçambique) – Feijão local, galinha e camarão
·        Cassolet (França) – Feijão branco e carne
·        Fabada Asturiana (Espanha) – Feijão branco e várias carnes de porco defumadas
·        Fasole Cu Cârnati (Romênia) – Feijão e lingüiça

              Feijoada Cachupa                     Feijoada Trasmontana


              Cassolet                             Fabada Asturiana

A feijoada é um prato que consiste num guisado de feijão com carnes e acompanhado com arroz. A versão brasileira, internacionalmente conhecida, tem origem do Norte de Portugal sendo que no Minho com feijão branco e em Trás-os-Montes com feijão vermelho e, em ambos, é adicionado a carne de porco e chouriço (no Brasil chama-se lingüiça paio).
No Brasil o feijão usado é o preto com vários tipos de carne suína (salgadas) e carne bovina (seca ou de sol) e também acompanha o arroz, farofa, couve refogada (conhecida como couve à mineira), pimenta malagueta e laranja fatiada.


A FEIJOADA BRASILEIRA

Esta versão da feijoada brasileira passou a ter explicações totalmente sem fundamentos quando se diz que era servido aos escravos pelos senhores das fazendas de café, engenhos de açúcar e minas de ouro. Absurdamente dizem que eram adicionados os pés, orelhas, barrigas e rabos suínos por serem “restos” não utilizados na culinária dos senhores. Essa explicação não se sustenta seja por tradição culinária ou pesquisa histórica não passando de lendas romanceadas nas relações sociais e culturais da escravidão no Brasil. Estas partes suínas, chamadas de restos por esses contadores de lendas, eram iguarias muito apreciadas pelos senhores das fazendas e também pelos nobres da Casa Imperial e faziam parte da sua culinária, assim como as outras partes (fígado,tripas, miolos, rins...), também fornecidos para hospitais. Logo, não poderiam ser chamadas de restos. A base da cozinha dos escravos era a farinha de mandioca ou milho adicionado água e mais alguns componentes, inclusive carne (angu) e também o feijão preto que é nativo das Américas. Talvez a inclusão da laranja fatiada tenha origem na culinária dos escravos já que era prática servir a laranja com a comida com o objetivo de se evitar uma doença conhecida como “escorbuto”.

Uma boa prova de que a feijoada brasileira não era preparada com o dito lendário “restos do porco” e servido aos escravos são as propagandas em 1833, no Diário de Pernambuco, dizendo que às quintas-feiras no Hotel Théâtre era servido a “feijoada brasileira”, como um atrativo a boa clientela. Também publicado em 1840 pelo Padre Carapuceiro o artigo onde dizia: “Nas famílias onde se desconhece a verdadeira gastronomia, onde se tomam regabofes, é prática usual e comezinha converter em feijoada os fragmentos do jantar da véspera, ao que chamam enterro dos ossos”. Em 1848, propagandas anunciavam a venda de “toucinhos próprios para feijoada” a 80 réis a libra. Em 1849 no Rio de Janeiro, o Jornal do Comércio informava que era servido no “Novo Café do Comércio” junto ao botequim “Fama do Café com Leite”, todas as terças e quintas-feiras, a pedido de muitos fregueses, "A Bella Feijoada à Brazilleira".



A feijoada de qualquer forma, se popularizou entre todas as camadas sociais no Brasil, sempre com espírito de festa e celebração, longe de rememorar escassez. Ficaram famosas na lembrança, aquelas preparadas no final do século XIX e início do XX, na cidade do Rio de Janeiro, pela baiana Tia Ciata na rua Visconde de Itauna e também do restaurante G Lobo na rua General Câmara (extinto em 1905).


Tia Ciata - Rua Visconde de Itaúna - Rio de Janeiro final do século XIX
É certo que a feijoada tem origem européia, sofreu evoluções e foi incrementada com o passar do tempo e também é constatado que esta fórmula continua em desenvolvimento. No Brasil pode ser percebido este desenvolvimento em todo o território Nacional e como exemplo cita-se São Paulo onde não é mais comum servir a laranja fatiada, a variedade de carnes do guisado é menor, acompanha largas fatias de torresmo frito e ainda uma bisteca (carré de porco). Entretanto, no Rio de Janeiro a receita e a forma de servir permanecem inalteradas, remetendo o paladar a sua história e por isto obrigando os restaurantes dos demais Estados brasileiros a diferenciá-la e chamá-la de “A Verdadeira Feijoada Carioca” como uma referência e atrair clientela.

Obrigado a todos e Boa Noite.


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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

MONARQUIA - A Exceção das Américas

POR QUE ACREDITAMOS QUE A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA VEIO PARA
DARMOS PASSOS AVANÇADOS EM DIREÇÃO DA ORDEM E DO PROGRESSO?

Os indiozinhos (curumins) aprendem com os seus pais e demais membros da tribo que existem dois deuses: o Sol (Tupã) e a Lua (Jaci). Certa vez um homem da cidade visita esta tribo para levar novos conhecimentos e assim colaborar na melhora da condição de vida do seu povo. Entretanto, ao comentar que Deus é um só e muito maior que o Sol e a Lua, todos da tribo passaram a ignorá-lo como um bem-feitor ao povo indígena. Afinal, pensam os indios, como pode alguém não acreditar e não venerar os Deuses Tupã e Jaci?

As crianças brasileiras aprendem com seus pais e com seus professores que a república no Brasil veio para dar passos avançados em direção a ordem e ao progresso. Daí veio o plebiscito de 1993 (sobre a forma e sistema de governo no Brasil) e uma propaganda monarquista dizia que antes de existir a república no Brasil, a monarquia gozava de ter a segunda maior marinha de guerra do planeta e ser um dos cinco países de primeiro mundo junto com a Inglaterra, EUA, França e Alemanha.  Afinal, como pode alguém acreditar que a proclamação da República no Brasil foi apenas um capricho daqueles que admiravam os países do exterior e nunca admiravam o seu próprio país, que sonhavam e almejavam com um regime importado e com aspirações à Revolução Francesa.

Essa parte da História deixou de ser contada nas escolas e o tempo se encarregou de esquece-las. Como pode, hoje em dia, alguém acreditar que a proclamação da República serviu de cobaia para aqueles que achavam que não poderiam ser exceção nas Américas, para aquele que ser tal qual o EUA, com uma Constituição que não condizia com a realidade.

      
A Proclamação da República foi feita pelo Marechal Deodoro da Fonseca, que era o "melhor amigo" de Dom Pedro II. A história faz crer que Deodoro estava obcecado pelo poder. Tanto é que estranhamente não havia a maioria dos civis republicanos. Estes estavam praticamente ausentes desta conspiração, pois acreditavam que a república viria de forma natural. Também não havia unidade entre militares, a Marinha quase não participou, os oficiais superiores eram contados a dedos e os destaques não exerciam posição de comando de tropa: trata-se do tenente-coronel Benjamim Constante que era apenas um professor de matemática na Escola Militar. Foram as patentes inferiores do Exercito (alferes, tenentes, capitães e alunos), ou seja: "a mocidade militar", os "tarimbeiros", junto a patente de Deodoro da Fonseca, que desencadearam sem estrutura e total falta de democracia a imposição da República. Pareciam vingativos e enraivecidos pelo fato de terem os negros como cidadãos e não mais como escravos.

Mal. Deodoro da Fonseca
Também fica muito difícil de acreditar que uma das primeiras medidas do proclamador da República, Marechal Deodoro da Fonseca, foi imediatamente aumentar o seu próprio salário para 120 contos de reis, o que era quase o dobro do que recebia D. Pedro II e toda a sua família.
                                                 
Mais difícil ainda de acreditar é que existia, na época da monarquia, a liberdade de imprensa e até era permitida a circulação de um jornal pregando a derrubada desta forma de governo, sendo este a fonte dos republicanos divulgarem suas idéias e até usando o jornal para chacotas a Dom Pedro II e ridicularizando-o como desinteresse aos assuntos administrativos.

Grande prova de uma verdadeira democracia é que não havia presos políticos, mas para a derrubada da monarquia até foi sugerido pelo Alferes Cardoso (coincidentemente avô do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso o fuzilamento de Dom Pedro II caso ele se recusasse a ir para o exílio.

O maior governante que o mundo já viu, vai para o exílio e se nega a receber uma indenização de cinco mil contos de réis, equivalente a quase 5 toneladas de ouro, que lhe foi oferecida pelos insurgentes com a seguinte declaração: “Não sei com que autoridade esses senhores dispõem dos dinheiros públicos”. (Dom Pedro II não admitia usar o dinheiro público para benefício próprio e custeava as viagens e suas festas do próprio bolso).

Dom Pedro II
Em uma monarquia o Monarca é o símbolo vivo da Nação onde não há espaço para aventureiros, para o "recebendo que se dá", para negociatas, corrupção, nepotismo e onde a ordem prevalece, um monarca é educado desde criança para reinar, e nunca se é pego de surpresas por novos governantes. E, se por acaso fosse feito a democracia, deixando o povo escolher entre Monarquia e República, a Monarquia venceria maciçamente, pois esta era a vontade do povo.

Para aqueles que não acreditam que o Brasil era uma grande potencia e foi a Proclamação da República uma vigança pela Abolição da Escravatura e que levou o país ao Terceiro Mundo, é porque realmente não conhece a História do Brasil.

Obrigado e uma boa noite.


Sua opinião será sempre vem vinda e caso não queira posta-la aqui, pode ser feita através do e-mail: luis.goncalves02@bol.com.br



domingo, 25 de setembro de 2011

MACAU – Um aprendizado para o Rei de Espanha

Como continuação sobre o a “Questão Olivença”(quem ainda não leu sugiro dar uma olhadinha antes), está sendo postado aqui um breve resumo sobre Macau (China), que é um ponto de orgulho do povo português quanto a sua integridade nos compromissos que assume. Para o mundo é um “Patrimônio Mundial da Humanidade” e para os brasileiros em especial o orgulho de ter a cidade de São Paulo como a cidade irmã de Macau, onde somente nove cidades no mundo têm essa honra (sendo cinco de língua portuguesa), que estabelece laços culturais, econômicos e políticos.
O Rei da Espanha, que por acaso nasceu na Itália, deveria usar a história de Macau como um aprendizado, bater com força na mesa e gritar bem alto: “Que se faça cumprir o que é justo a Olivença!”. Afinal, Juan Carlos I é um rei ou um rato?


(Macau)

Macau fica a 60 km de Hong Kong, tem uma população de 540 mil habitantes e passou a ser da China na virada de 1999 para 2000. Foi colonizada e administrada durante 400 anos por Portugal sendo a última colônia européia na China.

No século XVI Portugal ocupou esta ilha e rapidamente prosperou sendo o entreposto entre a Europa, China e Japão.  Esta região era reconhecida pela China como “Território Perpétuo Português”, ou seja: Macau era Portugal e a China o respeitava como tal.


MACAU - CHINA

Sem interferência chinesa, em 1966 no auge da guerra fria entre o capitalismo e o comunismo, houve algumas atividades pró-comunistas em Macau. Portugal, antes mesmo que surgissem problemas maiores achou por bem não considerar mais como território perpétuo com pretensões de cedê-lo a China no final de 1999. Para a China não era nenhum problema ter Portugal como fronteira, mas um presente como este jamais poderia ser negado. E Portugal assim o fez cumprindo como prometido, entregando Macau sem problemas econômicos, políticos ou diplomáticos. A cidade estava limpa e urbanizada nos mínimos detalhes. A população, com sete religiões coexistentes harmoniosamente, viram a transição como uma festa.


MACAU - CHINA

Hoje a China experimenta, em Macau, um grande e acelerado crescimento econômico através de turismo e cassinos, vitais desta região. Totalmente diferente do resto da China, é como se fosse um país com dois sistemas e completamente autônoma, limitada apenas pelas relações exteriores e defesa.



Os chineses mantém a história do colonizador português

Nestes últimos 11 anos a cultura chinesa e portuguesa se mesclou criando uma cultura própria, o que é muito respeitada pelos governantes da China e também preservam o patrimônio histórico deixado pelo português.


MACAU – Um aprendizado para o Rei de Espanha

Não houve problemas de transição em Macau, muito menos problemas políticos ou diplomáticos nem a necessidade de interferências externas. Tudo aconteceu como prometido, de forma festiva, e serve como exemplo para os governantes e políticos que ainda trazem nos seus genes o poder através de sangue, opressão e estratégias de aculturação, como foi feito aos portugueses de Olivença. 


OLIVENÇA

Faz pouco tempo que o presidente português concedeu a Sua Majestade o “GRANDE COLAR DA ORDEM MILITAR DA TORRE E ESPADA, DO VALOR, LEALDADE E MÉRITO”, “porque o seu merecimento e a sua lealdade para com Portugal são inexcedíveis”. Não se sabe bem onde estava a cabeça do presidente ao conceder a honraria, mas é nítido que a sua mão direita estava puxando o saco da Sua Majestade. Era uma mão no saco e um pé apontado para a bunda do povo português. As emissoras de TV portuguesas, bem como os jornais impressos, colaboram com estas encenações de picadeiro e chegam a babar com fartos elogios ao Rei.   
                                                                
É óbvio que o povo português entenderia esta tão nobre homenagem, a mais importante Ordem Honorífica portuguesa, se ocorresse em ocasião da devolução de Olivença a Portugal. Afinal, Juan Carlos I, mesmo tendo nascido na Itália é o Rei da Espanha, e é ele quem tem o poder para fazer isto. Não é Juan Carlos o sacrossanto monarca que quando o Governo espanhol desrespeita os convenios sobre os rios convoca imediatamente o seu Primeiro-Ministro em defesa de Portugal? Não é Juan Carlos o rei brioso que quando os aviões espanhóis violam o espaço aéreo das Selvagens (ilhas de Portugal) demite automaticamente as chefias militares? Não é Juan Carlos o Chefe-de-Estado que está sempre disponível para reconfortar os pescadores e agricultores portugueses quando a concorrência desleal que vem de Espanha lhes tira o pão da boca? Não é Juan Carlos o sábio soberano que sempre que a Espanha reivindica ao Reino Unido a devolução de Gibraltar lembra igualmente, com amargura, as dor que sentem muitos portugueses por verem cativa Olivença nas garras de Castela? Pois é, ele lembra as dores dos portugueses, mas não as sente.

Juan Carlos I - Rei de Espanha
Está mais do que na hora deste mesmo rei magnânimo, antes de vestir o pijama eterno de madeira, entrar para a história mundial como o rei que peita os seus políticos de teorias idiotas, que ignora a opinião da CIA (a “inteligência” norte-americana declara que a “Questão Olivença” é a faixa de Gaza entre Espanha e Portugal), ganhar o respeito internacional pelo cumprimento dos acordos feitos e fazer a justiça acontecer com um simples ato:

“devolver Olivença imediatamente”

Para alguns políticos portugueses essa sopa iria acabar. São pau-mandados dos políticos do outro lado que ficam cozinhando o problema em banho-maria onde não deixam a lamparina apagar e nem recorrem a uma decisão definitiva. Usam Olivença como tema de marketing eleitoral para angariar votos do povo e assim permanecer no conforto palaciano: “Vote no partido X para que possamos levar o dossier de Olivença a Bruxelas”. Oras, por que ainda não o levaram? Ficam no marasmo ao invés de trabalhar e fazer juz ao dinheiro e mordomias pagas com o suor do povo portugês.



Praça de Espanha - Lisboa - Portugal
Se os políticos portuguêses realmente quiserem dar valor à “Questão Olivença”, fica sugerido uma total reforma na Praça de Espanha (Lisboa) transformada com designer chines e reinaugurando com o nome de “Praça de Macau”. Uma grande festa com banda de música, fogos de artifícios, e a presença de diplomátas chineses. E assim homenagear a quem respeita a nação e o povo português.


Agradeço pela paciência de ter lido até o final e se concordar com “OLIVENÇA É PORTUGAL”, indiquem o blog aos seus amigos ou links no Facebook e Twitter.
Obrigado a todos.


Caso não queira comentar aqui, pode ser feito através do e-mail: luis.goncalves02@bol.com.br

domingo, 11 de setembro de 2011

OLIVENÇA É PORTUGAL

Falar sobre a “Questão Olivença” para brasileiros é um pouco complicado e possivelmente passará em branco por alguns, já que o Brasil não tem envolvimento neste impasse internacional, mas servirá como alerta para a questão da “Internacionalização da Amazônia”, que será o tema principal para o mês o outubro.

OLIVENÇA  É  PORTUGAL
Olivença é considerada pelo Governo português como um território de Portugal, fazendo parte do Alentejo. Os mapas produzidos pelo mundo afora também o fazem constar como português, já que assim o consideram. Entretanto, na prática é administrado pelo Reino da Espanha, sob o comando da capital Madri fazendo parte da Comunidade Autônoma da Extremadura e sem documento algum que comprove ser um território espanhol.

                                               

A região total da área é de 430 Km quadrados, conta ainda com as vilas e aldeias de S. Francisco, S. Rafael, Vila Real, S. Domingos de Gusmão, S. Bento da Contenda, S. Jorge de Lor e N.Sra. da Assunção de Talega (Táliga). É servida de uma excelente agricultura, turismo, comércios e indústrias.

Para que se possa ter uma visão desta apoderação absurda e completamente sem sentido deve-se voltar um pouco na história:

                               
Olivença sempre fez parte de Portugal conforme o estabelecido no tratado de 1297 e assim permaneceu por vários séculos.
Em 1801, sem motivo relevante a Espanha invade e se apodera do território. Este foi denunciado em 1808, quando a capital do Reino Português era o Rio de Janeiro, na ocasião de D. João VI no Brasil. Passados sete anos, em 1815, a Espanha reconhece a soberania portuguesa e subscreve no Congresso de Viena comprometendo-se à devolução do território o mais breve e prontamente possível. Mas até os dias de hoje a Espanha ainda não cumpriu com o que se comprometeu, ignora o significado das palavras breve e prontamente, e não acata os tratados que assina.
A partir do Brasil, se passado seis anos, em 1821, Portugal ocupa a Península Cisplatina, onde é hoje a República do Uruguai, e por este motivo a Espanha serviu este fato como justificativa para interromper as conversações sobre a devolução. Novamente sem sentido, já que o Uruguai conseguiu sua independência em 1825 e o Brasil em 1822, ou seja: as terras do atual Uruguai não eram mais portuguesas e sim Brasileiras, um outro país, um outro governo. Aliás, a Espanha já estava no processo de perder todas as terras nas Américas, já que não era cumpridora de suas promessas e dizimara civilizações inteiras (Astecas, Incas e Maias), enquanto que Portugal Colonizador povoava, instalava reino, abria as portas às nações amigas e promoveu a independência.

Para piorar o seu estado de usurpador, em 1840 passou a proibir o uso da língua portuguesa no território afanado de Olivença, inclusive nas igrejas com multas, detenções, perseguições, muito sangue e discriminações aos que tentavam escapar à estratégia de destruição cultural e ainda marginalizando os que fossem renitentes a língua e cultura do ocupante.

                                         

A partir da década de 1980 a democratização e integração no espaço econômico da União Européia geraram a extinção das fronteiras. O número de espanhóis já era significativo se comparado aos descendentes portugueses e não teriam interesses econômicos para preferir a soberania portuguesa. Para tal o “Ayntamiento de Olivenza” começa uma política de aproximação e recuperado o legado patrimonial português, mas ainda sendo contornado pela Espanha o não reconhecimento geográfico. Ou seja: a Espanha sabe que o território não lhe pertence, mas continua postergando a devolução, e do outro lado o governo português finge que acredita no “comprometimento” e no “mais breve e prontamente possível”. Tanto é que Portugal assume integralmente o financiamento e construção de uma nova ponte e mais a recuperação da antiga ponte da Ajuda, no ano 2000, afirmando que Olivença é Portugal e que as pontes não tem dimensão internacional e trans-fronteiriças, como assim desejava a Espanha. Mas por estranho que possa parecer, não aparece nenhum representante do governo português na inauguração das pontes, ou seja: foi uma bela fachada para angariar votos do povo português.

                                                                                                                                                            
      
Em julho de 2010, outro gasto com o dinheiro público português: No centro histórico de Olivença, foram inauguradas placas construídas em belíssimos azulejos dizendo recuperar os nomes portugueses originais de ruas. O que é um absurdo já que os nomes destas ruas e praças ainda eram os mesmos usados até então. Ainda, foi financiado o Museu Etnográfico, a Biblioteca Municipal e ministrados cursos de português subsidiado pelo Instituto Camões na Universidade Popular. Enquanto isso, a Espanha mama estes benefícios e determina que o ensino do português nesta região seja opcional. E quase como uma afronta, as bandeiras e faixas se espalham por todas as janelas de edifícios públicos, que outrora fora construídos pelos portugueses, firmando como seu território e aparentemente sem intenções de devolvê-lo.


Pelas notícias que chegam ao Brasil, Portugal não está nadando em dinheiro e sim se afundando em dívidas. E pelo que se vê, vai continuar gastando mais sem obter o ponto final para a famosa “Questão de Olivença”.

A Espanha aproveita a situação e posterga ao máximo apresentando argumentos simplistas e aparentemente como um deboche aos políticos portugueses. Tem-se como exemplos: Olivença fica na margem esquerda do rio Guadiana. Um argumento hipócrita, pois Mérida fica do lado direito do mesmo rio e nem por isso Portugal o invadiu, ou o reclama; Olivença não tinha importância para Portugal. Uma desculpa ridícula, pois era a décima terceira cidade mais importante, basta ver o patrimônio português que lá está e era tão grande e povoada quanto Badajoz, que fica próximo. Além disso, quem determina o grau de importância é o dono do lugar e não o seu vizinho; A 700 anos atrás Olivença era da Espanha. Assina um tratado em 1297 e 500 anos depois a rainha da Espanha, mãe da rainha de Portugal se acha no direito de mandar na casa da filha. Isso não é uma mãe, é o capeta sentado num trono; Portugal não reclama com força suficiente. Quer dizer, então, que para a Espanha o direito só é válido se for imposto ao invés de esperar que se cumpram as obrigações de dever; Portugal não deveria reclamar Olivença porque agora com a União Européia não há mais fronteiras. Essa nem crianças de 10 anos aceitariam porque sabem que se trata de uma “comunidade econômica” e não “comunidade territorial”, pois cada nação vive dentro dos seus limites e administrativamente os espanhóis pagam impostos à Madri e portugueses à Lisboa.

 Outro fato que os políticos portugueses fingem não perceber na estratégia espanhola (ou armadilha) é na possibilidade de um plebiscito, um referendo popular na região. Ora, se é sabido que com o passar dos tempos com longos adiamentos na devolução e a maciça opressão espanhola, os descendentes na maioria já não se consideram mais portugueses. Afinal, aprenderam nas escolas, desde criançinhas, que a sua bandeira é vermelha e amarela.
Caso Parecido aconteceu recentemente em Gibraltar, onde a Espanha reclamava a ocupação pela Grã-Bretanha, aceitou um referendo, perdeu por 99% e ficou a ver navios... (Aliás, é uma boa piada já que em Gibraltar passa 1 navio a cada 6 minutos e os espanhóis estão “a ver navios...” ). Continuam reclamando, mas não querem brigas com a Grã-Bretanha. Traduzindo para o brasileiro clássico: “Quem tem cu apertadinho não faz trato com pica grossa”

                       
Está na hora dos políticos portugueses saírem do marasmo profundo, colocar o pau na mesa, ao invés da bunda na reta, e deixar bem claro para promoverem plebiscitos somente nas terras deles. Quanto aos políticos locais que se opuserem, saiam de Olivença e vão para a Espanha já que se consideram espanhóis.

Os políticos, que representam o povo e a nação portuguesa, não devem mais aceitar argumentações primitivas. Devem sim discutir o assunto com racionalidade, exigir a desocupação imediata e jamais pronunciar “Olivenza”(em castelhano), como um cordeirinho bajulador que sabe falar castelhano.

O vídeo abaixo, com belíssimas fotos de Olivença, consta uma música que retrata a verdadeira situação da covarde ocupação oliventina e a insana postergação espanhola.



Um dia os templários, portugueses como nós, fundaram Olivença, terra de nossos avós.
D. Dinis lhe deu foral, D. João lhe deu a torre, aqui sempre foi Portugal, e a sua história não morre.
Tem fé, ó Olivença! Ó irmã secular! Não podes cair numa descrença, verás que um dia tu vais voltar
Ó praça forte e sempre atenta, és sentinela do Guadiana!
Irá ter fim um dia a tormenta, tu és lusa, não és castelhana.
Os bravos portugueses enfrentaram os espanhóis, aliados aos franceses mais os Rochas e Godóys.
Mas ganhou a opressão que esta terra usurpou

E com ferros, sangue e bastão a nossa língua interditou.
Tem fé, ó Olivença! Ó irmã secular! Não podes cair numa descrença, verás que um dia tu vais voltar
Ó praça forte e sempre atenta, és sentinela do Guadiana!
Irá ter fim um dia a tormenta, tu és lusa, não és castelhana.

Olivença tem que ser Portugal já,
antes que o Rei de Espanha transforme
Portugal numa “Grande Olivença”.

É a história quem narra o passado,
mas também é a história quem prevê o futuro.


Que Deus ajude os portugueses a escolherem melhor os seus políticos,
antes que os políticos espanhóis escolham o seu povo.


Obrigado a todos e um grande abraço.



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